Seja para um iniciante ou alguém mais experiente, compartilhar nossas fontes de pesquisa online para tradutores é sempre benéfico. Um site em que você confia de olhos fechados pode ser desconhecido para mim e vice-versa, não é mesmo? Então, nada melhor do que dividir aqui com vocês as principais fontes de referência na internet que consulto quando estou traduzindo.
Língua portuguesa, onde consultar?
Já é público e notório que um bom tradutor, além de conhecer seus idiomas de trabalho bem, precisa ser um grande conhecedor da sua língua de chegada, em geral sua língua-mãe. E olha, demos o azar – ou a sorte, vá saber – de falar português. Na minha opinião, um dos idiomas mais difíceis de “administrar”, por assim dizer.
Isto posto, devo confessar que não vivo sem as seguintes referências online. O Dicionário Houaiss é o meu favorito, pois apresenta definições, conjugações e até o significado de locuções verbais ou nominais. Você está aí reclamando que não é assinante do Uol e não tem acesso, eu sei. Eu também não sou, mas tenho conta no PagSeguro e consigo acessar. Fica essa dica aí.
Outra referência essencial para mim é o VOLP, o sistema de busca do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da ABL. É lá onde eu confiro se uma palavra tem hífen ou não, seu plural, enfim, sua ortografia. Adoro, não vivo sem. Muitas vezes também recorro ao sinonimos.com.br quando quero usar uma palavra diferente para não me repetir no texto.
Gosto muito também do dicionarios.cc, uma iniciativa do Bruno Fontes, da Carol Machado do maravilhoso Revisão para quê? e da querida Mitsue Siqueira e seu Transmit. O dicionarios.cc é um site onde você pode consultar diversos dicionários simultaneamente, de vários idiomas. Um índice, por assim dizer, uma senhora economia de tempo. Se ainda não conhecia, abrace essa causa, por favor.
E as fontes de referência em inglês?
Bom, aí temos que verificar alguns detalhes, né? Eu, por exemplo, aprendi inglês na Cultura Inglesa, então sou uma grande fã do britânico Longman, que tenho impresso. Não sei nem dizer porque não uso a versão online dele, nesse caso gosto muito do americano Merriam Webster.
Deve ser o design mais clássico do Merriam, realmente não sei. Mas ambos são excelentes dicionários monolíngues, com definições, pronúncias, frases de exemplo de uso e sinônimos. Outros que sempre consulto são o Cambridge, o Collins e o Oxford – tem para todo gosto (americano e inglês).
Para sinônimos, ou uso o recurso do Merriam ou o site Thesaurus.com. Reviso bastante com o Grammarly e sempre confio, ao longo das pesquisas, se caio em sites como o Grammar Girl, English Experts ou Tecla Sap. Para gírias, gosto muito do Urban Dictionary; para siglas, o Acronym Finder.
Quando faço versões para o inglês, sempre checo regências e usos da língua na aba “News” do Google, sempre buscando exemplos em jornais como The Economist, Financial Times, Reuters, BBC ou outras publicações de respaldo.
Faço o mesmo em português, com órgãos como o Estadão, a Folha, a Exame, o Valor Econômico e sites de instituições de comprovada reputação, como universidades, fundações e institutos em geral.
Se os sites estiverem com restrição de número de artigos ou bloqueio de conteúdo, tenta acessar o link via Outline ou abri-lo em uma janela anônima, costuma funcionar.
Está faltando o mundo hispânico!
Bom, eu tenho instalado no meu computador o maravilhoso Diccionario de uso del español da María Moliner, é a minha principal referência de consulta. Impresso ele é bem salgadinho até em sebo, mas vale o investimento, viu.
De graça e online, temos os maravilhosos dicionários da RAE, a Real Academia Española (a ABL deles), que tem diversas opções como dicionário jurídico e de americanismos, além do oficial. Esses são os monolíngues. Para dúvidas, já é unanimidade o maravilhoso Fundeu, ou Fundación del Español Urgente, uma mão na roda nas horas mais necessárias.
Preciso confessar, no entanto, que para espanhol utilizo bem mais fontes de referências impressas. O Dicionário Larousse é o meu favorito, mas comprei recentemente em sebo o Dicionário Português-Espanhol do Idel Becker, da Editora Nobel e estou apaixonada.
Tenho o Señas também, mas deixei de lado, e abuso de livros de conjugação e modelos de escrita porque ainda estamos rebolando para dominar o castelhano por aqui.
Ok, mas e o Proz? O Linguee? Cadê o New York Times?
Naturalmente deixei muito link de fora. A internet é esse mundo de meu Deus imenso, sempre tem uma referência bacana para a gente consultar. Porém, temos sempre que ter em mente a questão da checagem. Não deixe de consultar mais de uma fonte em caso de dúvida, não custa nada. Termo complicado às vezes dá discussão, vai por mim.
Muitas vezes recorro à pesquisa de um termo desse tipo jogando no Google ele e a palavra “proz”, para cair lá mesmo. Invariavelmente, caio em um glossário ou discussão desse termo. Confio plenamente na solução escolhida? Na solução descartada? Não, não. O Proz e o Linguee em geral me dão um norte que eu vou confirmar nas referências conceituadas, como por exemplo, New York Times.
Traduzir é assumir escolhas, lembra? Tenha sempre a segurança de uma fonte confiável e de respaldo por trás das opções que você faz. Não é você que está falando, são os especialistas.
Para mais artigos sobre esse assunto, veja os links abaixo: