Trados ou Wordfast? Qual o melhor?
Usabilidade
Adoro a simplicidade do Wordfast. Ele funciona integrado ao Word, tem comandos simples, interface limitada e é muito confortável para não intimidar iniciantes. Porém, detesto as tags em roxinho que aparecem quando traduzo com ele, que se apagadas bagunçam o documento todo.
Adoro o fato de o Trados apresentar em uma mesma tela: acesso à TM, texto original e tradução, além de glossários e preview. Por outro lado, detesto quando esqueço de confirmar um segmento e no final a tradução fica em 99,3% porque tem um infeliz lá no meio que eu esqueci de ticar.
Adoro a facilidade do Wordfast de acrescentar termos ao glossário (Ctrl + Alt +T duas vezes e segue o baile). Ao mesmo tempo, detesto a tecnologia bizarra de um programinha uruguaio a ser instalado para o Wordfast conseguir editar um simples arquivo de Power Point.
Adoro o Trados ser capaz de tornar qualquer tipo de arquivo traduzível, até os em formato de memoQ e Tag Editor. No entanto, detesto a sopa de tags que ele deixa em documentos passados no OCR.
Adoro o fato de o Wordfast ter uma versão online, o Wordfast Anywhere. Já me salvou muitas vezes. Mas detesto admitir que ainda não estudei o Wordfast Pro a fundo, pelo simples motivo de: não fui com a cara daquele programa.
Burocracia
Adoro o Trados oferecer programas de treinamento online, tutoriais completos no YouTube e selos de certificação para você exibir por aí. Detesto ser necessário o Java do programa ter que carregar para eu conseguir adicionar termos no glossário e muitas vezes falhar miseravelmente.
Adoro o Wordfast porque ele dá desconto na licença para habitantes do Brasil. Detesto o fato dessa licença ter prazo de validade de 3 anos (ano que vem tenho que renovar).
Adoro o Trados constantemente apresentar novas versões do Studio, sempre com novidades e recursos super úteis. Na mesma proporção, detesto ter que comprar novas versões (mesmo com um desconto camarada para quem já tem o anterior) e a obrigação de instalar mais um programa no PC.
Adoro a possibilidade de salvar arquivo “sujo” (com os segmentos nas duas línguas) no Wordfast, fica muito mais fácil de revisar. Entretanto, detesto quando o Wordfast trava com: arquivo grande demais, tabelas no Word, cabeçalhos e/ou rodapés.
Adoro o Trados ter recursos de gerenciamento de projetos, como campo para preencher nome do cliente e prazo de entrega – me sinto fazendo cronograma no Microsoft Access. Em compensação, detesto ter que abrir todo um novo programa, com uma nova plataforma, só para criar um glossário de nada.
Adoro o Wordfast conversar com você em primeira pessoa quando você toma uma decisão dúbia, dizendo “Se souber o que está fazendo, clique em sim. Se estiver em dúvida, clique Não” (ou coisa parecida). Mas detesto a limitação de uso do número de TMs e de glossários do Wordfast Classic.
Adoro o Trados conversar numa boa com o X-Bench, até com atalho de teclado. Por outro lado, detesto o Trados 2007 com todas as minhas forças.
Conclusão
Adoro ainda ter muito o que descobrir nos dois programas. Mas acima de tudo, detesto saber que existem diversas outras CAT Tools. Me conhecendo, vou acabar baixando, fuçando, comparando e tendo que decorar (e confundir) novos atalhos de teclado.
No entanto, adoro ver como a indústria de tradução está sempre fazendo o possível para facilitar a nossa vida ontem, hoje e sempre.