Nunca esqueci das aulas de interpretação quando o professor nos disse que tínhamos a obrigação de saber de cor todos os nomes das doenças infantis em inglês. Ora, mas por que? Por um motivo muito óbvio. Mas mesmo em uma palestra sobre finanças? Vão falar de doenças infantis em uma palestra de economia? Como assim?
Analise comigo: pessoas têm filhos. Palestrantes têm filhos. Palestrantes se atrasam, começam a falar esbaforidos, acabam dizendo: “Desculpe o atraso, é que meu filho está com sarampo, tive que levá-lo ao pediatra…”. Corta para o pobre intérprete desesperado lá na cabine, pensando “mas como é sarampo em inglês, mesmo?”.
Para não ter mais esse problema, decoramos. Nem são tantas doenças assim, vai, é uma lista pequena:
ashtma – asma
bronchitis – bronquite
chicken pox – catapora
German measles – rubéola
measles – sarampo
mumps – caxumba
smallpox – varíola
whooping cough – coqueluche
Coloquei algumas doenças menos comuns também para aproveitar o tema. Fica o glossário mais completo para nosso usufruto.
A preparação do intérprete
Pronto, entreguei o ouro para vocês. É assim que intérprete trabalha: estudando os termos técnicos da palestra que vai traduzir. Eu bem sei que você já colocou o fone de tradução simultânea durante aquela palestra super técnica da sua área e ficou impressionado como eles souberam traduzir aquilo.
Simples: eles estudaram. Bastante. Uns bons dias antes do palestrante começar a falar. Como? Pesquisando vídeos dele no Youtube. Pesquisando a vida do palestrante quase toda, por assim dizer. Se ele tiver obras publicadas, então, lendo tudo com bastante atenção para estar a par do assunto da forma mais ideal possível. Lembra da vida de intérprete da ONU? É parecido.
Porque, naturalmente, o ideal não existe. A tradução simultânea, ou interpretação de conferências, para usar o termo técnico, é um ofício que demanda extrema preparação prévia. Não me pergunte como, mas na maioria das vezes, dá tudo certo. Tudo uma questão de boa preparação dos maravilhosos intérpretes.