Sem saber por onde começar no mercado de tradução? Quebrando a cabeça para redigir um modelo de currículo de tradutor? Não sabe que tipo de informação incluir? Vale aquele seu estágio? Calma, talvez eu possa ajudar.
Não existe um único modelo de currículo de tradução
Eu sempre digo que não existe um modelo fechado de currículo nessa área. Tradução é uma área muito diversa, com inúmeras especialidades, então o ideal é você ter um “esqueleto de currículo”. Essa estrutura básica precisa conter algumas informações como seu nome, par de idiomas, informações de contato (um e-mail e um celular bastam) e formação.
Se você não tiver formação específica em tradução, não se preocupe. Não somos uma profissão regulamentada que exige formação específica. Grandes tradutores são engenheiros, dentistas, médicos, advogados – enfim, têm outra formação completamente diferente.
No entanto, é claro que seu currículo vai parecer bem mais interessante para um contratante se você tiver cursos livres de formação na área, por exemplo; mencione todos esses também. Já dei algumas dicas aqui sobre bons cursos de tradução.
Cada vaga pede um currículo diferente
Vou dar o meu exemplo pessoal. Eu ofereço serviços de tradução, revisão e legendagem. Eu tenho um currículo para cada uma dessas áreas. Na minha opinião, um CV não precisa ter mais que uma página – na era dos currículos visuais, podemos resumir muita informação em um lugar só. Então, em vez de listar tudo que já traduzi e legendei em várias páginas, trabalho com foco.
No CV de tradutora, por exemplo, coloco as informações básicas que já mencionei, as agências/clientes para quem já trabalhei (e respectivos períodos), minha produção diária de número de palavras e duas referências. Indicação é algo importante no nosso ramo, não se esqueça do networking constante.
Faço o mesmo no CV de revisão, mas destacando trabalhos relacionados a essa área, não necessariamente às de tradução e legendagem. Outra coisa que sempre coloco é uma lista dos softwares que domino, esqueci de mencionar. Mas no CV de revisão não preciso mencionar meus conhecimentos de Subtitle Edit (um programa de legendagem), tá entendendo como funciona?
Erros comuns em currículos de tradutor
Não é necessário colocar seu endereço físico, sua formação do ensino médio nem seu CPF – acho até prejudicial, demonstra sua falta de experiência. Foto eu acho que vai de cada um, pessoalmente nunca usei, mas vai que o modelo que você escolher no Canva pede, né? É lá onde você pode confeccionar seu CV visual, aliás.
Meu conselho é: use e abuse dos infográficos para destacar, em formato gráfico, informações como CATs que você domina, idiomas e contextos traduzidos. Em vez de um entediante “nível avançado de Trados”, coloca um setor “CAT Tools”, lista “SDL Trados 2015” e preenche quatro bolinhas de cinco, por exemplo. Assim, ó:
Mas e se eu não tiver o que preencher em um CV de tradutor?
Já falamos disso aqui, né, veja aqui todas as dicas de como preencher seu currículo de tradutor iniciante. Ainda assim, se as dicas do post não servirem para você, pensa comigo: você é um profissional da língua, tenho certeza que você escreve bem. Então:
- Venda seu peixe
- Demonstre sua vontade de aprender
- Destaque sua disponibilidade para testes e treinamentos
- Coloque exemplos da sua criatividade para transcriações
- Use sua imaginação
Todo mundo começou de algum lugar, não se preocupe – o importante é se dedicar e correr atrás do que você busca. Vou deixar outros artigos que falam sobre currículos aqui para você consultar e pegar mais dicas: